sexta-feira

" "

O vento cai entre pedras que flutuam.
O vazio pleno adormece.
O silêncio fica suspenso.
A água lisa afunda-se.
O frio contempla o seu reflexo.
O martelo cintila.
O ar parte as montanhas.
A caricia rasga-se.
O sopro corre em pedaços.
A luz salta para o escuro.
A névoa torna-se espada.
O duro tronco levita.
O sorriso endurece.
O ar em flecha se torna.

1 comentário:

paulo da ponte disse...

"A carícia rasga-se"
Feita de um papel fino
a carícia, quase celofane
rasga-se entre os dedos
que se envolvem na pele.