sexta-feira

quinta-feira

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A dever-se a cada palavra a mão dita em voz conversada, pedida.
Perdida em Silêncio Contemporâneo.




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é isto.


Posso perder os passos rectos dos meus pés e devolver-me à terra perdida ou encontrada, sem fim ou princípio. O corpo reformula-se. E eu não te sei dizer outra coisa.  

A permanência inconstante à minha espera desenrola qualquer instante. A sombra que se vê de alguém que já passou e se encontra num outro lado no mesmo caminho ao mesmo tempo. Onde está o longe? Vários manifestos nas minhas mãos, ramificações em encontro e separação. E deixo-me a ver o vento, nunca soube dele, vejo o caminho mexido na sua passagem. Os mergulhos. Os sopros. Não te empurres para fora, deixa-te ir em cada instante.
                                           

                                        Que permissão é essa, pedida e alterada.

 
A entrada a meio do passo fala de si para fora, a mesma voz várias vezes, nunca diz o mesmo na mesma leitura. Te quiero! estava hoje escrito numa janela quando fazia o caminho na minha chegada. Continua escrito. Eu não sei se volto a lá passar. Eu nao sei se lá volto a passar.

quarta-feira

a árvore tem consigo muitas passagens do vento e do sol

O silêncio quase não sai à rua, fica dentro de casa às escuras. Fica em pés descalços pela memória de escutar, sem voz e sem palavras as memórias de luz.
Quero a casa aberta, onde o corpo habita o espaço sem o ocupar. Sem lhe mexer. Apenas permite-lhe a ele mesmo fluir. O vento, que entre nesta casa e me leve com ele, sem esforço eu vou ao abrigo da sua mão. Como o verde cresce na erva espalhada por esta terra vinda lá de baixo, mais as flores que da terra também se confessam. 

                O interior torna-se exterior em todo o seu esplendor e benefício mútuo. 

As sombras mexem-se para lá, para lá dos corpos; mexem-se em contrastes de vida anunciada e mais. Mais pessoas e mais sombras que simplesmente observam os ditos e não ditos das vozes soltas e presas em palavras legitimas. Pedia para ser uma conversa, mas tornou-se um monólogo, a falta de escuta, não a ausência do corpo. A conversa a dizer tudo, sem usar as palavras. Ficou dito alguma coisa? Ou alguma coisa por escutar. O vento presenciou tudo. Presenciou as árvores, as sombras das árvores que faziam a sombra para a conversa.

                                           Nada saiu da terra. Tudo se juntou ao ar. 


a água dentro da terra serve meticulosamente a sede, é preciso beber a sede (começa a estar) através da água, a sede através da revelação da água. O corpo torna-se um rio flutuante e mostra o seu movimento imperceptível.


Esta natureza aguarda a nossa chegada,
Pacientemente,
Calmamente.



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sexta-feira

Dia 16

#6 depois de ser _ 2011
Gravura e aguarela sobre papel
21 x 29,7 cm

quinta-feira

Dia 15

#5 depois de ser _ 2011
Gravura e aguarela sobre papel
21 x 29,7 cm

quarta-feira

Dia 14

#4 depois de ser _ 2011
Gravura e aguarela sobre papel
21 x 29,7 cm

terça-feira

Dia 13

#3 depois de ser _ 2011
Gravura e aguarela sobre papel
21 x 29,7 cm

segunda-feira

Dia 12

#2 depois de ser _ 2011
Gravura e aguarela sobre papel
21 x 29,7 cm

domingo

Dia 11

#1 depois de ser _ 2011
Gravura e aguarela sobre papel
21 x 29,7 cm


quarta-feira

Estudo #2

Estudo #2 _ 2011
Gravura sobre papel
21 x 29,7 cm

Estudo #1

Estudo #1 _ 2011
Gravura sobre papel
21 x 29,7 cm

sexta-feira

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não me leves à letra, mas está em cada uma das minhas palavras uma frase para um texto. Um texto para uma folha, uma folha para o vento. Um texto. Novamente um texto que não se lê, que não se escuta. Porque não foi escrito, porque não foi dito. Nem o corpo volta a ter as mãos que desenham e procuram o desenho em volta da escrita.
A folha a letra as palavras as frases e o texto, ainda estão para vir.
É isto que se lê    .entre-linhas.



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