quarta-feira

a árvore tem consigo muitas passagens do vento e do sol

O silêncio quase não sai à rua, fica dentro de casa às escuras. Fica em pés descalços pela memória de escutar, sem voz e sem palavras as memórias de luz.
Quero a casa aberta, onde o corpo habita o espaço sem o ocupar. Sem lhe mexer. Apenas permite-lhe a ele mesmo fluir. O vento, que entre nesta casa e me leve com ele, sem esforço eu vou ao abrigo da sua mão. Como o verde cresce na erva espalhada por esta terra vinda lá de baixo, mais as flores que da terra também se confessam. 

                O interior torna-se exterior em todo o seu esplendor e benefício mútuo. 

As sombras mexem-se para lá, para lá dos corpos; mexem-se em contrastes de vida anunciada e mais. Mais pessoas e mais sombras que simplesmente observam os ditos e não ditos das vozes soltas e presas em palavras legitimas. Pedia para ser uma conversa, mas tornou-se um monólogo, a falta de escuta, não a ausência do corpo. A conversa a dizer tudo, sem usar as palavras. Ficou dito alguma coisa? Ou alguma coisa por escutar. O vento presenciou tudo. Presenciou as árvores, as sombras das árvores que faziam a sombra para a conversa.

                                           Nada saiu da terra. Tudo se juntou ao ar. 


a água dentro da terra serve meticulosamente a sede, é preciso beber a sede (começa a estar) através da água, a sede através da revelação da água. O corpo torna-se um rio flutuante e mostra o seu movimento imperceptível.


Esta natureza aguarda a nossa chegada,
Pacientemente,
Calmamente.



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