quinta-feira

vazios para sorrir


o corredor dentro de casa para sair dela. O caminho para o parque está em cada pé, em cada passo em cada olhar, em cada movimento do braço onde também ele caminha. A rua fica estreita, as pessoas passam umas atrás das outras, a pressa e a zanga, o correr do dia para chegar a um sítio, a um momento. Os olhares perdidos à procura, à procura do instante onde tudo fica bem. Onde se volta a respirar. E tudo passa. Porque as pessoas querem que as coisas passem, mas não querem passar por elas. 

Diariamente, o mesmo caminho com as mesmas pessoas, a mesma vontade, o mesmo nada. A ruptura vazia. O vazio que sai dos pés está na rua e cola-se a outros andares. Há sorrisos que levam esses vazios perdidos e os enchem e desfazem e eles já não vivem tristes, ficam vazios para sorrir.

segunda-feira

MatrizCaldas - Museu Hospital Termal - Caldas Rainha

 


















Serás as raízes que seguram esta terra
170 x 0,59 x 0.59 cm
Aço inox, tecido, tinta
2011
(pormenor)

segunda-feira

Opera o meu sonho durante a noite


A chegada começou quando a porta se decidiu por abrir. Abrir-se a deslizar pelo chão. A voz disse em tom calmo e seguro     
-A imitação dos verdes nas várias árvores do jardim, do lado de fora da casa, dentro do mundo. O vento a soprar as folhas das árvores para o chão, da mesma maneira suave, o vento a soprar as palavras para fora da voz ou para dentro da escuta do corpo parado e de olhos fechados a olhar o interior. 



- Bom dia Hoje – só lhe estava na mão este agora.
- Que bom chegaste!
Sim, a este dia para te encontrar. O dia que aconteceu foi ontem durante a manhã e hoje voltamos a estar num dia diferente que acompanha a frequência de nos voltarmos a encontrar no ponto em que nos deixámos.



- Na frequência - Opera o meu sonho durante a noite.