quarta-feira

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Que entre agora o dia de hoje neste momento. O chão corta a parede sem se mexer quando o ar respira e sai             A mão dá a volta ao vento para ele voltar.      a primeira voz que se houve       a voz do silêncio





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O caminho fora das horas, fora de si em abertura no lago. A subida é o que desce das pernas, entra nos pés enterra-se na terra em raízes profundas como a superfície do mar. Mesmo ao longe na subida o monte dentro de todas as árvores verdes de copa encarnada e laranja, estas são as árvores que eu conheço, a luz que sai e transforma o olhar. As mãos que agarram para além de si. O que sai das mãos que as leva a ser a retomar o corpo, o encher das mãos pelo corpo. Nada sem o ar. Todo o vento liberto para fora sem sair, sem estar à espera de nada, apenas vai indo e estando.




terça-feira

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Caminho descalço não leva o vento. O vento não sabe onde a terra fica, apenas sabe conversar com a lua sobre a terra. Mas o lugar da terra é para ele o desconhecido. Não se lembra ou não sabe. Na conversa com a lua, as palavras entram no silêncio, os sons fala a voz do silêncio. As palavras não são soletradas, são antes transmitidas ao olho que sente o interior da voz. As árvores têm a terra como chão, assim como as terras têm o interior do oxigénio, a luz sai de todos os interiores das cores vindas do arco-íris maior. Tu sabes da tua voz? Tu sim que falas várias vozes, ouve. Ouve-te em todos os teus interiores. Dentro das cascatas estás tu. Todos os vales e todas as montanhas têm o teu corpo, o teu corpo vem de todas as montanhas, vales sois e terras. Os mares vêm de dentro do teu respirar, dentro do teu respirar todos os ventos e raízes. Todas as pedras e nuvens têm as tuas mãos, dentro das tuas mãos todas as pedras e nuvens de chão e de sombras. No teu corpo todo o interior do mundo, o interior do teu corpo é todo o interior do mundo, o mesmo ponto. Vem    o pátio azul está lá fora dentro da natureza de onde tu vieste e retomas.




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O pátio azul esquece o vento fora de casa. O céu entra depois das nuvens e deixa ver a terra. Devolvo-me ao interior na caminhada azul dourada sobre a estrada que se recolhe aos pés            a sala de estar dentro da casa aberta    a criança entra fora do seu corpo e estende-se no seu olhar. Deseja sentar-se no ramo da árvore que fala com ela a conversa dos dias. Sai a mão da terra onde foi semeada.