segunda-feira

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Para onde vai tudo aquilo que não existe?

7 comentários:

quem? disse...

interessante.
as memórias existem no entender de cada um. embora as tuas memórias estejam lá, na tua cabeça ou no teu coração, para mim não existem em concreto a menos que as partilhes. portanto, sabemos que memórias existem, mas uma específica memória só pode existir para todos se for partilhada.
é bonito partilhar-se as memórias. senão, elas só existem para nós.
portanto, interpretei o teu "tudo aquilo que não existe" como as memórias, porque esta é uma questão que me tem atormentado: para onde é que elas vão quando a pessoa que as guarda morre? gostava de arranjar um eufemismo para esta palavra, mas é realmente isto: morte. para onde é que vão as memórias?
é um egoísmo não as exteriorizarmos, deixarmo-las "inexistentes"...

quem? disse...

ah, já agora, obrigada pelo comment :)

Anabela disse...

A morte é um instante da vida, que dá uma certeza: não se volta a ver aquela pessoa (fisicamente). Pode tornar-se uma angustia ou uma memória para partilhar ao longo da vida com quem está vivo :)

Anabela disse...

Catarina,
as memorias existem, mesmo que seja só dentro de cada um. Não me parece que seja egoismo não as exteriorizar-mos, pois falar de memorias pode doer muito.
A sua partilha é convocada no segredo de um momento,e nunca se sabe quando vai existir esse momento...

quem? disse...

hm.. boa perspectiva. mas há também memórias boas, que não nos doem se as exteriorizarmos e, talvez por acharmos que não têm relevância, acabamos por não as partilharmos.
de facto, as memórias são algo muito nosso e inalcançável aos outros. não são como um livro antigo que qualquer pessoa pode ler, estão dentro de nós e só nós sabemos quando é que devemos partilhá-las.
lamento que não aconteça mais frequentemente, nem que sejam memórias que não importam para nada. acontece que, muitas vezes, fechamo-nos tanto para o mundo lá fora que, sem querer deixamos que as lembranças se desvaneçam, e se percam quando "partirmos".

Anabela disse...

Olá Catarina, falando em memória... já leste: Viagens no Scriptorium, de Paul Auster, Ed. Asa?

quem? disse...

nunca li esse livro, nem nunca tinha ouvido falar. qd for a uma livraria procuro-o e quiçá o compre :)