segunda-feira

VICENTE 2011 - Travessa da Ermida

"Vicente é o nome do santo padroeiro da cidade, cujo corpo martirizado chegou ao Tejo acompanhado de dois corvos que nunca deixaram de sobrevoar o navio, desde Sagres. (...) Vicente terá sido também o nome do avô de Santo António. (...) E, agora, Vicente é também nome de projecto. Memória, mito, criatividade, futuro, Vicente é a batida do desassossego."



Simeon Nelson


quinta-feira

areia no grão

A melhor entrada para o deserto começou. Ao deserto que nada lhe falta, nem sombra nem luz, a areia pálida na fraqueza escondida na água revela a areia escondida nos olhos. A mensagem antiga nos tempos permanece aberta à leitura das mãos enterradas no vazio do seco emprestado ao vento
  
                                    -  O caminho do vento aberto  rege os horizontes   -  

As não vontades caídas para cima repetem-se, repetem-se mais uma vez sem o nascimento. A porta fecha-se. A casa cai. O vento volta consigo e mexe mais uma vez as voltas das terras, levanta raízes que pareciam profundas de encontro ao mar de dentro. Depois já nada resta afinal que desfaça o perdido. Perdido na areia de cada grão de volta do vento para levar para longe. Porque o perto perdeu-se com vontade própria. O grão de areia ficou enterrado sem água.

terça-feira

aspiração

Aqui agora, caminham seres ao nosso lado que não deixam marcas no chão, deixam o seu registo na elevação do corpo para em breves instantes entrarem no movimento aberto ao qual se pode chamar - liberdade livre.

Para o encontro entre corpos que não se vêm –  e o seu registo não se regista no tempo – o encontro manifesta-se na visualização de olhos fechados ou abertos consoante o toque desvelado. Em vários momentos, quase sempre permanentes, estes corpos não ficam retidos ou escondidos, multiplicam-se e mantêm-se à espera de serem resgatados pelo ser presente no corpo que pisa o chão para dar o salto e sem tocar trespassar a copa das árvores e caminhar a aspiração. Caminhar a aspiração.

quinta-feira

voz azul

A divulgação do sorriso por entre os olhos de vários corpos finos        finos como árvores azuis no tempo que não se desfaz, desaparece sem nunca ter existido para não voltar a existir.

A palavra maior repousa dentro da outra – a palavra aberta para o mar que regressa ao interior da mão (sem rasgar)

Silencio para o silêncio – o traço maior escuta e fica sempre perto do silêncio à espera de uma pausa para se mexer, subtilmente, quase sem dar por isso – no regresso – que palavras trazem a tua voz azul?

quarta-feira

TERCEIRAS JORNADAS LLANSOLIANAS DE SINTRA


                                                        http://espacollansol.blogspot.com

quinta-feira

Um baloiço dentro de uma árvore e flores a formar a casa. O interior da casa sem paredes.  Tudo erguido em respiração
Depois de uma porta aberta, os movimentos a olhar sem nos apercebermos. A entrada a meio do caminho fica no corpo suspenso, sem meio suspiro.