segunda-feira

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A luz toda, de uma só vez - a luz que vem das trevas - Sair do mundo inteiro de uma só vez. E ficar. Invocar. Perder o corpo entre árvores dentro do tronco. A costura que arranha também resguarda, se eu lhe der essa frequência. A candura de estar e saber que não se vai ficar. 

Depois de uma manhã, o segundo dia aberto. A expansão do silêncio onde o sol atravessa vidas,       regressa. 

Regressa no momento subtil que vem acontecer mais tarde. A rotação de cada momento, cria o momento seguinte, delicado e subtil, quase transparente. Mas está, e permanece até sentir-se a si mesmo. Em rocha. Em pena. E regressa de onde vem e para onde retomas. No mesmo sítio onde a queda deixou de cair, sai a imagem do corpo pela mão. 

O terceiro dia a acabar dentro da manhã. Penas pressas ao vento desapegam árvores, carregam o tronco em filamentos e levantam o chão da terra, onde tudo acontece e nada acontece. Como a ternura de acordar o dia sem saber como ele se irá fechar.


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Experiência do não sei II
Aguarela sobre papel
30x22 cm
2012

sexta-feira


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Experiência do não sei
Aguarela sobre papel
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2012