O outro responde:
- Entre as sombras, o peso respira-se em leveza; e na leveza, respiram-se as sombras.
(Como se necessário e a meta se torna-se o caminho.)
A leveza de uma concha guarda o escuro da sombra onde se toca um fino brilho guardado no fundo do ar.
Quando o dia acordou já a noite tinha ido embora, sem nada dizer tudo se ouviu.
O sol suspenso no seu sono adormeceu cedo, levemente no balanço das nuvens e por lá se deixou ficar; de olhos fechados a esconder-se do frio.
A névoa vem à rua martelar o ar como se ele fosse aço. Faz-se pesar entre nós; construindo cascatas de frio como se o mundo tivesse girado o seu pólo.
Deu-nos um passo apresado com vontade de ir para casa mergulhados numa respiração quente.
O nevoeiro entrou no metro.
Eu entrei nas escadas rolantes.
Ele foi-se embora. Eu não olhei para trás.
Entre o dia e a noite, mesmo sem nada terem dito. Continuam o caminho de desconhecer a meta.
11 comentários:
Há que conhecer sempre as metas. Porque uma vida sem metas, é uma existência vazia, uma não-vida. Querem-se metas. Só elas sabem o fim da histórias. E todas as histórias têm de ter um fim.
Conhecer metas deve ser um bocado aborrecido. Desconhecer é curioso.
Eu não tenho metas, tenho acção.
Não há histórias sem fim. Diz-me uma Fernando, porque eu desconheço.
A acção está estabelecida. Existem portas onde entrar. Eu tenho-as.
Tu tens portas onde entrar? Então entra.
Eu já cá estou dentro. Mas parece-me que há alguém a evitar entrar.
Vira-te. Estou no corredor.
Aguardo aqui dentro, na caixa.
Bonne chance
Escrito no metropolitano com título de viagem por validar. :)
Eu tenho passe = 30 dias
Adoro o metro, quando saio dele :)
Humm! Um passe para a felicidade: lisboa
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